Rodrigo Correa Oliveira

Nota de pesar: Rodrigo Corrêa-Oliveira

O CTVacinas lamenta profundamente o falecimento, na noite dessa sexta-feira (27), do pesquisador e ex-vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz Minas, Rodrigo Corrêa-Oliveira. O estudioso ocupava atualmente o cargo de assessor especial da Presidência da fundação e deixa a esposa Andréa de Carvalho Gazzinelli e duas filhas, Ana Carolina Gazzinelli de Oliveira e Juliana Gazzinelli de Oliveira.

O velório será realizado das 9h às 13h desta segunda-feira (30), no Velório 8 do Cemitério Bosque da Esperança.

Rodrigo Corrêa-Oliveira nasceu em Belo Horizonte em 1956, filho de Antônio Correia de Oliveira e Cecília Coelho Correia de Oliveira. Graduou-se em Biologia pela UFMG em 1980. No início de sua formação acadêmica interessou-se pela imunologia, passando a trabalhar como bolsista de Iniciação Científica no Laboratório de Imunologia de Parasitas sob a orientação de Tomaz Aroldo da Mota Santos, ex-reitor da UFMG e seu orientador de mestrado.

Em 1981, obteve o título de Mestre em Bioquímica pela UFMG. No início de 1982, mudou-se para os Estados Unidos, onde obteve, em 1985, o título de Ph.D. em Imunologia pela Johns Hopkins University. Durante sua estada nos EUA, trabalhou com Alan Sher no National Institutes of Health, seu orientador de tese de Ph.D., tendo publicado 12 trabalhos.

De volta ao Brasil em 1985 iniciou seus trabalhos na avaliação da resposta imunológica humana contra a infecção pelo S. mansoni, como pós-doutor sob a orientação de Giovanni Gazzinelli, um dos pioneiros da imunologia no Brasil.

Rodrigo Correa Oliveira com colegas
Rodrigo Correa Oliveira era muito querido e admirado pelos pares (Arquivo pessoal)

“Rodrigo foi pioneiro no Brasil na técnica de citometria de fluxo, trabalhou muito com a questão dos marcadores biológicos da patologia da Doença de Chagas e da esquistossomose. O foco principal dele eram Doença de Chagas e esquistossomose, a imunologia dessas doenças”, afirma o coordenador do CTVacinas, Ricardo Gazzinelli.

As contribuições do estudioso são extensas: membro da Academia Brasileira de Ciências e da The World Academy of Sciences for the Advancement of Science in Developing Countries – TWAS; era professor visitante na Universidade Federal de Ouro Preto e na George Washington University School of Medicine and Health Sciences; ocupou a vice-presidência do Conselho do Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais da OMS; foi membro do Conselho Curador da Fundação Amparo a Pesquisa de Minas Gerais/FAPEMIG e do Comitê de Assessoramento de Imunologia e Biotecnologia do CNPq. Em seu lattes estão listados 361 artigos, 8 capítulos de livros e 3 patentes.

Rodrigo Correa Oliveira ao lado de amigos
Rodrigo Correa (à direita) em um evento (Arquivo pessoal)

Também foi presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Imunologia) e, inclusive, teve papel ativo para trazer o principal congresso de imunologia do mundo, da IUIS (International Union of Immunological Societies), ao Brasil. “O que foi muito importante para o desenvolvimento da SBI”, pontua Ricardo Gazzinelli.

Perda imensurável

“Colaborou com muitos pesquisadores do ICB, da UFMG, Faculdade de Medicina, Enfermagem, além de colaboradores de todo o estado e do país. Então, é uma pessoa que vai embora jovem, tinha muito a contribuir ainda, vai fazer uma grande falta para todos”, lamenta o coordenador do CTVacinas.

“O Rodrigo era um amigo e colaborador para mim. Fui para a pesquisa clínica por influência dele. Uma grande perda pra ciência brasileira é uma grande perda pra mim também”, afirma o diretor clínico do CTVacinas e coordenador dos testes clínicos da SpiN-TEC, Helton Santiago.

Rodrigo Correa Oliveira e Helton Santiago
Rodrigo Correa Oliveira e Helton Santiago (Arquivo pessoal)

Rodrigo Corrêa-Oliveira teve influência, ainda, na formação de outros pesquisadores do Centro de Tecnologia de Vacinas, inclusive de Flávio da Fonseca, integrante do comitê gestor. “Fui pós-doc do Rodrigo e trabalhei no LICM, laboratório do CPQRR, então chefiado por ele após o meu retorno dos EUA, entre 2003 e 2006”, relembra.

“Além de toda a parte profissional, era uma pessoa agradável e boa de se conviver. Ele era casado com a minas prima, Andréa Gazzinelli, e eu tinha um convívio frequente com ele: uma pessoa muito alegre, cujo contato social era sempre muito agradável”, complementa Ricardo Gazzinelli.

A ciência mineira e brasileira perde precocemente um de seus grandes expoentes. O CTVacinas lamenta profundamente a perda e expressa seus sentimentos aos familiares e amigos.

Com informações da Academia Brasileira de Ciências

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