Conheça o INCTV

Linha de pesquisa

O INSTITUTO NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM VACINAS (INCTV) é estruturado em três grandes divisões e um núcleo central. A Divisão de Doenças infecciosas e Imunologia incluindo três áreas principais: (a) imunologia, (b) patogênese e imunologia clínica, e (c) interação patógeno-hospedeiro que irão fornecer fundamentação científica para o desenvolvimento de vacinas eficazes. A Divisão de Tecnologia em Vacinas será estruturada em quatro plataformas tecnológicas: (a) descoberta de antígenos, (b) descoberta de adjuvantes, (c) construção de vacinas que incluem sistemas de entrega, e (d) testes de imunogenicidade e provas de conceito. Finalmente, na Divisão de Desenvolvimento de Vacinas, formulações em estágio avançado de desenvolvimento já aprovadas em estudos de prova de conceito pelos laboratórios de pesquisa serão submetidas a testes de segurança em modelos pré-clínicos bem controlados e em ensaios clínicos de fase I. As diferentes divisões do INCT gerarão uma grande quantidade informações que alimentam o Núcleo de Vacinologia de Sistemas. Ao combinar a análise de sistemas com modelos matemáticos e computacionais, esperamos aprimorar nossa compreensão para o desenho racional de novas vacinas e melhoramento das já existentes.

Imunologia – Áreas relevantes para imunidade inata e mediada por células T e B serão abordadas. O foco principal dos nossos pesquisadores é: (i) O papel de receptores da imunidade inata (IIRs) na indução das respostas imunes inata e adaptativa que sejam protetoras durante a infecção microbiana e na vacinação; (ii) o mecanismo pelo qual células T CD8+ matam protozoários parasitos intracelulares e como células citotóxicas de memória específicas contra o patógeno são mantidas em camundongos infectados/vacinados; e (iii) identificação de biomarcadores associados com o desenvolvimento de imunidade protetora mediada por anticorpos.

Patogênese e Imunologia Clínica – Informações sobre o genoma do hospedeiro, associadas a avanços na bioquímica de proteínas e manipulação genética nos permitirão caracterizar mecanismos de resistência à infecção. Para isto, nós estamos caracterizando mudanças globais no padrão de expressão gênica em células ou tecidos de pacientes com as formas clínicas assintomáticas, sintomáticas e graves de COVID19, dengue e malária. Baseado na análise dos dados gerados e aqueles disponíveis em bancos de dados geramos hipóteses, que serão testadas experimentalmente em modelos experimentais e ensaios in vitro com amostras dos pacientes estudados. Estes estudos permitirão a identificação e caracterização de mecanismos imunológicos e celulares de resistência e patogênese da infecção e podem ajudar no desenvolvimento de novas vacinas.

Interação patógeno-hospedeiro – Nós trabalhamos também para definir mecanismos essenciais para a interação entre patógeno e hospedeiro com o objetivo de identificar moléculas derivadas do patógeno que são fatores de virulência. Estes estudos são essenciais para a identificação de antígenos que podem ser utilizados em novas vacinas.

 

Atualmente, o CNVacinas possui diferentes plataformas tecnológicas para desenvolvimento de testes de diagnósticos e vacinas que permitem reduzir a dependência de fornecedores, conferindo maior agilidade flexibilidade no processo de desenvolvimento desses produtos.  

Permite o cultivo bacteriano em frascos e biorreatores para indução de expressão proteínas recombinantes após a inserção, no genoma da bactéria, da sequência de DNA que codifica essa proteína. A otimização do processo é feita por meio do uso de diferentes cepas de E. coli e condições de cultivo, condições de lise celular sob alta pressão e a baixas temperaturas e separação de proteína por centrifugação ou filtração tangencial. Após a etapa de expressão (upstream) é realizado o processo de purificação (dowstream) utilizando diferentes combinações de etapas de cromatografia de afinidade, troca iônica, exclusão molecular etc., seguindo-se o controle de qualidade em conformidade com as normas BPL.

Permite a produção proteínas recombinantes, como, por exemplo, antígenos virais (Dengue, SARS-CoV-2 e Chikungunya) a partir do cultivo de células eucarióticas transformadas geneticamente de forma transiente ou estável. Com essa plataforma, é possível gerar antígenos contendo modificações na proteína que aumentam a sensibilidade em testes de diagnóstico ou eficácia como vacina. Segue-se a isso as etapas de purificação de proteinas e controle de qualidade. A otimização do processo envolve a avaliação da produção das proteínas em células aderentes e em suspensão, métodos de cultivo, condições de expressão, secreção no sobrenadante da cultura e avaliação dos métodos de purificação, em conformidade com as normas BPL.

Permite a construção e produção, em escala piloto, em conformidade com as normas BPL, .de vetores virais recombinantes contendo sequências de antígenos vacinais, como, por exemplo, vacinas contra dengue ou SARS-CoV-2 utilizando vírus MVA ou adenovírus, ou vírus atenuados tais como os utilizados em vacina para monkeypox. Nessa plataforma, além da produção e caracterização dos vetores virais, são realizadas análises para verificação da montagem do vetor, amplificação viral, purificação, testes de estabilidade, quantificação viral e ensaios de imunogenicidade.

Permite a construção de plasmídeos utilizados para o desenvolvimento de vacinas de DNA e para a produção de proteínas recombinantes para produção de vacinas e/ou desenvolvimento de testes diagnóstico em sistemas procarióticos ou eucarióticos. Inclui também a produção e purificação de RNA contendo sequências de antígenos vacinais para várias doenças como COVID-19, doença de Chagas, Dengue e Leishmaniose, e sua formulação, utilizando nanopartículas lipídicas (LNP) para testes de imunogenicidade e proteção necessária ao desenvolvimento de vacinas de RNA.

A plataforma de edição gênica visa gerar patógenos modificados geneticamente utilizando a estratégia de CRISPR/Cas9 com o objetivo de entender a biologia desses patógenos, seus mecanismos de virulência e escape da resposta imune do hospedeiro e, também, com o objetivo de gerar patógenos atenuados que possam ser testados para desenvolvimento de vacinas.

Responsável pela caracterização, identificação e quantificação de proteínas candidatas a novos alvos vacinais, formulações e adjuvantes mediante diversas técnicas como espectrometria de massas de alto desempenho (LC-MS/MS), HPLC e dicroísmo circular. Dotada de uma infraestrutura completa para análises proteômicas (Orbitrap Exploris 240 Thermo, Maldi TOF 8020 Shimadzu), nessa plataforma são realizados a identificação e quantificação de proteínas em misturas complexas, detecção de massa intacta, mapeamento peptídico e sequenciamento da estrutura primária e secundária, identificação de modificações pós-traducionais (PTMs), identificação e quantificação de impurezas relacionadas ao processo de produção, assim como a detecção de alterações conformacionais em proteínas por dicroísmo circular e o monitoramento da desnaturação e enovelamento de proteínas em diferentes condições por medidas de fluorescência.

Permite o desenvolvimento, padronização e realização dos exames que empregam a reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional ou quantitativo (Real Time PCR). Permite, ainda, o desenvolvimento de novas metodologias para diagnóstico molecular utilizando os sistemas CRISPR/Cas12 e CRISPR/Cas13, bem como o sequenciamento de DNA pelo método de Sanger e por sequenciamento de nova geração. 

Permite a produção e prototipagem de testes imunodiagnósticos (kit de testes ELISA e testes rápidos) para detecção de marcadores decorrentes de infecções de interesse humano e veterinário (antígenos ou anticorpos). Nessa plataforma é feita avaliação da resposta imune humoral e celular em modelos animais e amostras humanas e do potencial de insumos para serem aplicados em testes diagnósticos e vacinas, bem como a determinação da atividade biológica, potência e estabilidade dos antígenos vacinais. 

Atua na imunização de animais experimentais utilizando-se de diferentes plataformas vacinais como proteínas recombinantes, DNA, mRNA, adenovírus e influenza recombinantes contra doenças como COVID-19, Doença de Chagas, Malária, Leishmaniose e Dengue. As imunizações podem ser realizadas por via intramuscular, intradérmica, subcutânea ou intranasal. Também atua na avaliação da resposta humoral e celular induzida pela imunização e proteção da formulação vacinal. Os objetivos principais são os ensaios experimentais para testes de imunogenicidade, proteção, assim como testes de toxicidade e segurança, utilizando formulações vacinais produzidas em condições BPL ou BPF.

Permite a realização de ensaios clínicos de candidatos vacinais por meio do planejamento, coordenação e execução dos testes. Com essa plataforma, são feitos os desenhos dos ensaios clínicos, a elaboração de protocolos e documentos acessórios para submissão às agências regulatórias, de testes em humanos, incluindo estudos de fase I (first- -in-human) a fase III. Proporciona a seleção de CRO (Contract Research Organization), centros clínicos, estratégia de recrutamento, o acompanhamento do andamento de ensaios supervisionando, a execução do cronograma e a aderência às resoluções brasileiras de ética em pesquisa e boas práticas clínicas (BPC), bem como a análise de resultados de segurança, imunogenicidade e eficácia.

A equipe dessa plataforma é responsável pelo acompanhamento de todos os projetos, fiscalização de prazos e da documentação, garantindo a eficiência dos processos para obtenção de resultados com elevado grau de excelência. A equipe é encarregada pelo monitoramento da data de validade de insumos e certificação de equipamentos e, de forma geral da manutenção do reconhecimento BPL, obtido junto ao Inmetro, que estabelece documentos normativos que especificam os requisitos para a implementação e manutenção de um Sistema da Qualidade. Essa Garantia da Qualidade segue padrões internacionalmente reconhecidos.

Permite o planejamento e acompanhamento dos processos ligados aos projetos de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos de acordo com as normas regulatórias nacionais e internacionais vigentes. A equipe elabora e revisa a documentação como o dossiê de desenvolvimento clínico de medicamento (DDCM); o dossiê específico de ensaio clínico (DEEC), a brochura do investigador (BI) e o plano de estudos. Gerencia as etapas do processo para a submissão da documentação junto à ANVISA e responde às exigências e ofícios recebidos. Presta suporte técnico à equipe de desenvolvimento farmacotécnico e produção dos insumos, por meio de contato com os órgãos regulatórios e avaliação de requisitos específicos não claramente definidos pelas agências buscando agilidade no processo de inovação e submissão a agências regulatórias. 

O principal foco do INCT-V são as doenças negligenciadas (leishmaniose, doença de Chagas, e malária causada pelo Plasmodium vivax, assim como as arboviroses Dengue e Zika). Em 2020, os nossos pesquisadores orientaram grande parte de seus esforços para pesquisa sobre a patogênese, diagnóstico e vacina para COVID-19. Além disto, alguns pesquisadores do INCT-V trabalham com Hepatite e Câncer. Entre as vacinas em desenvolvimento mais avançadas estão as vacinas contra leishmaniose visceral humana (A2), malária causada pelo P. vivax (diferentes isoformas da proteína CS), doença de Chagas (ASP2-transialidase) e COVID-19 (proteínas S/N).  Todas utilizam proteínas quimeras recombinantes associadas a adjuvantes assim como o vetor viral não-replicante denominado Adenovirus 5 expressando os mesmos antígenos. A vacina contra leishmaniose visceral humana tem como base a Leish-Tec®, uma vacina contra leishmaniose visceral canina que foi desenvolvida por pesquisadores do INCT-V. No caso da vacina para COVID19 temos também formulações vacinais utilizando os virus não-replicativos influenza e MVA expressando as proteínas S e N do SARS-CoV2.

Os kits-diagnósticos (ELISA e teste imunocromatográfico rápido) para leishmaniose humana e canina permitem excluir os resultados de reação cruzada com doença de Chagas, e outras doenças parasitárias. Os mesmos testes estão disponíveis para malária e de doença de Chagas possuindo foco a triagem sorológica em bancos de sangue e estudos de campo, tendo sido desenvolvidos a partir da utilização de antígenos recombinantes. Kits multiteste (em desenvolvimento) de dengue, zika e chikungunya permitirão detectar e diferenciar o material infectado  por  um  dos  três vírus.

Finalmente, recebendo um aporte de investimento para o desenvolvimento de tecnologias para atuar no combate ao coronavírus, o CT Vacinas está desenvolvendo uma abordagem completa para atuar na pandemia. Os testes moleculares (RT-PCR) e ELISA já estão prontos. Além disso, pretende-se concluir o desenvolvimento de um teste rápido em até 1 ano e ter uma vacina que previne simultaneamente contra COVID-19 e influenza em até dois anos. Uma vacina que oferece imunização simultânea a esses dois grupos de doenças poderia reduzir significativamente os custos do setor público de saúde.   

Durante os últimos nove anos de apoio do Instituto do Milênio (2005-2008) e do INCT (2009-2020), nós submetemos muitos pedidos de patentes relacionadas a processos e produtos de vacinas e testes de diagnóstico, em órgãos nacionais e internacionais nos EUA, União Européia, e outros países da América Latina e Ásia. As patentes estão relacionadas a vacinas contra o câncer, doença de Chagas, dengue, leishmaniose, malária, e toxoplasmose, bem como a plataforma vacinal utilizando o vírus da Febre Amarela (YF17D). Já a maioria das patentes para diagnósticos protegem novos testes de diagnósticos para uso laboratorial e de campo para detectar doença de Chagas, dengue, leishmaniose e toxoplasmose.

Geração da tecnologia Kit ELISA e Teste rápido para COVID-19 em 5 meses no período de pandemia
Transferência da tecnologia para COVID-19 para Bio-Manguinhos
Geração da tecnologia vacina recombinante para leishmaniose visceral canina (Leishtec)                      – Um modelo nacional de interação Universidade e Indústria privada.
Transferência da tecnologia – Maior royalties cedidos a UFMG e valor econômico na sociedade. 

Um dos fortes componentes do INCTV é a formação de pessoal. Durantes os anos de existências já foram formados centenas de pós-doutores, doutores, mestres, e alunos de iniciação científica. Muitos destes alunos estão espalhados em instituições de ensino e pesquisa do Brasil e exterior, muito dos quais se tornaram líderes em suas áreas de ação. Os nossos pesquisadores são orientadores dos cursos de pós-graduação listados abaixo que são licenciados pela CAPES.
Tabela de formação de recursos humanos 

Missão

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas (INCTV) tem como missão atuar no desenvolvimento de vacinas contra doenças infecciosas, dando prioridade àquelas que afetam o Brasil e tem sido negligenciadas pela indústria farmacêutica; e contribuir para elevar a pesquisa científica e a tecnologia nas áreas de imunologia e vacinas em nosso país a um patamar de excelência internacional.

Histórico

Coordenação

Prof. Dr. Dario Simões Zamboni

Vice-Coordenação

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FMRP/USP)


Prof. Dr. Ricardo Gazzinelli

Coordenação

Instituto René-Rachou, IRR-Fiocruz e Departamento de Bioquímica e Imunologia, UFMG


Comitê Executivo

Pesquisadores Principais

Ada Maria de Barcelos Alves 

Virologia

Fiocruz IOC

Alexandre de Magalhães V. Machado

Virologia

Fiocruz Minas

Ana Paula Salles Moura Fernandes

Microbiologia

UFMG

Aristóbolo Mendes da Silva

Biologia celular

UFMG

Caroline Junqueira Giusta

Imunologia

Fiocruz Minas

Daniel Santos Mansur 

Virologia

UFSC

Daniella Castanheira Bartholomeu 

Bioinformática

UFMG

Dario Simões Zamboni 

Imunologia

USP – FMRP

Dhelio Batista Pereira

Pesquisa clínica

Cepem

Flávio Guimarães da Fonseca

Virologia

UFMG

Gustavo Batista de Menezes

Biologia celular

UFMG

Helder Takashi Imoto Nakaya

Vacinologia

USP

Hélida Monteiro de Andrade

Bioquímica

UFMG

Helton da Costa Santiago

Imunologia

UFMG

Irene da Silva Soares

Parasitologia

USP

João Trindade Marques

Virologia

UFMG

José Osvaldo Previato

Bioquímica

UFRJ

José Ronnie C. Vasconcelos

Parasitologia

Unifesp

Joseli Lannes-Vieira

Parasitologia

Fiocruz IOC

Karina Ramalho Bortoluci

Imunologia

Unifesp

Lis Ribeiro do Valle Antonelli

Imunologia

Fiocruz Minas

Lucia Mendonça Previato

Bioquímica

UFRJ

Ludmila Rodrigues P. F. Camargo

Biologia celular

UFMG

Luis Carlos de Souza Ferreira

Vacinologia

USP

Marco Alberto Medeiros

Biotecnologia

Bio Manguinhos

Maria Bellio

Imunologia

UFRJ

Myrna Cristina Bonaldo

Biotecnologia

Fiocruz IOC

Ricardo Gazzinelli

Imunologia

Fiocruz Minas

Roney Santos Coimbra

Biologia molecular

Fiocruz Minas

Santuza Maria Ribeiro Teixeira

Biologia Molecular

UFMG

Sergio Schenkman

Bioquímica

Unifesp

Instituições Participantes

Parceiros

Financiadores