Pesquisadora do CTVacinas figura na lista da Forbes Under 30

O ano de 2023 será inesquecível para o CTVacinas – e para Júlia Castro, pesquisadora do centro da UFMG.

A jovem de 29 anos empilhou prêmios e reconhecimentos: selecionada como uma das cientistas mais promissoras do mundo; convidada para participar do Encontro Anual de Ganhadores do Prêmio Nobel, na Alemanha; escolhida em concurso da Academia Brasileira de Ciências (ABC); e reconhecida em congressos internacionais.

E, para finalizar a sequência de maneira irretocável, Júlia Castro figurou na Lista Forbes Under 30, na categoria Ciência e Educação.

“Eu fiquei muito surpresa! Realmente, não era uma coisa que eu esperava. Isso é algo muito grande e uma representatividade muito importante, também para o CTVacinas, que sempre me amparou”, afirma a cientista.

“É uma vitória de todos nós, não só minha, porque tudo que fiz até hoje foi um trabalho muito coletivo. Fiquei muito orgulhosa e honrada”.

Anualmente, a emblemática revista estadunidense focada nas editorias de negócios e economia realiza uma seleção de jovens com até 30 anos que se destacaram em seus ramos de atuação. 

A lista conta com categorias diversas que vão das artes à ciência – e a seleção é realizada por uma pesquisa da equipe da Forbes em busca de nomes relevantes, seguida de uma análise do corpo de jurados especializados em cada categoria.

“Ter essa representação da ciência, em uma revista como a Forbes, é parte de uma recompensa do trabalho que a gente vem desenvolvendo. Isso me dá mais força para continuar seguindo em frente, me mostra que eu estou no caminho certo, que representar a ciência brasileira é uma coisa muito interessante e eu gostaria de levar a ciência brasileira ainda mais longe”, diz a pesquisadora.

Os feitos

Entre os ineditismos, alguns fatores se destacaram na seleção de Júlia Castro como destaque na categoria.

Os desenvolvimentos da inédita vacina contra Doença de Chagas e, ao lado da equipe do CTVacinas, da primeira vacina 100% brasileira que alcançou os testes clínicos: a SpiN-TEC.

“O desenvolvimento da vacina para a Doença de Chagas foi um fator. É uma vacina que está em uma fase desenvolvimento anterior ao da SpiN-TEC, mas é uma vacina inédita também: não existe imunizante para Doença de Chagas no mundo, e é uma doença tropical negligenciada, que acomete muito o nosso país”, conta Júlia, informada sobre as análises durante uma entrevista com a repórter da Revista Forbes.

E para o futuro?

Mais ciência!

Após um 2023 dos sonhos, Júlia Castro, formada em biomedicina e mestre em bioquímica pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), projeta concluir seu doutorado em imunologia na Universidade de São Paulo (USP) e aprender novas técnicas.

“Quero aprender novas tecnologias relacionadas com informática e conseguir aplicar isso. Por exemplo, nos ensaios clínicos, no ensaio clínico da SpiN-TEC e em outros ensaios clínicos que venham por aí no CTVacinas. Então, eu quero aproveitar esse período principalmente para aprender coisas novas e coisas que a gente ainda não tem expertise para conseguir agregar mais ainda na instituição e na ciência do Brasil”, projeta a pesquisadora.

Inspiração

Tão jovem, mulher e com tanta destaque, Júlia quer aproveitar todo o reconhecimento recebido para incentivar mais talentos na ciência.

“A pesquisa científica no Brasil, pela falta de investimento, pela precariedade que muitas vezes a gente observa, é realmente uma coisa que você tem que insistir porque você é apaixonada por isso, porque você tem uma curiosidade sobre o mundo”, afirma.

“Se você se agarra a isso e acha sentido no que você está fazendo, é realmente porque seu coração pulsa por descobertas e desenvolvimentos tecnológicos. Isso é o essencial”.

E finaliza:

“E, principalmente, sendo mulher, eu quero ver muito mais mulheres nessas posições de destaque. Então, acho que isso é realmente uma motivação para eu continuar seguindo em frente sempre”.