Desenvolvimentos, inclusive inéditos em todo o planeta, do futuro Centro Nacional de Vacinas foram detalhados em congresso com mais de 90 anos de existência sobre medicina tropical.
Cerca de 3,6 mil congressistas do MEDTROP tiveram a oportunidade de conhecer melhor imunizantes do CTVacinas contra malária e leishmaniose, além do teste diagnóstico para hepatite D.
Criado em 1929, o MEDTROP é promovido pela Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.
“Um congresso que se consolidou como uma referência nacional da área, trazendo temas relevantes, quentes e abrangentes, contando com grandes parcerias e colaborações nacionais e internacionais”, resume.
Malária
Um dos avanços obtidos pelo CTVacinas foi o imunizante contra malária, que está na fase final de testes, cumprindo os requisitos regulatórios necessários para demonstrar qualidade, eficácia e segurança pré-clínica.
“A participação no Congresso de Medicina Tropical (MedTrop 2024), que aborda a saúde pública sob o olhar das doenças tropicais, é de extrema relevância, pois a malária continua sendo uma questão crítica de saúde pública em diversas áreas endêmicas e negligenciadas”, afirma Ana Clara Gazzinelli, pesquisadora responsável pelo trabalho.
O desenvolvimento foi detalhado em uma mesa-redonda sobre a doença.
“Foi uma ótima oportunidade para divulgar à comunidade científica o trabalho de excelência realizado pelo CTVacinas, reafirmando o papel do Centro como um verdadeiro complexo de desenvolvimento tecnológico que contribui para a soberania e independência do Brasil no desenvolvimento de novos imunizantes”.
Hepatite D
Outro avanço foi o teste rápido para o diagnóstico de hepatite D, que, também neste ano, já foi exaltado em um congresso internacional, em Lisboa.
“Foi uma experiência interessante e enriquecedora. Além da oportunidade de apresentar o meu trabalho, tive a oportunidade de aprender mais sobre o cenário atual de algumas das principais tropicais e negligenciadas que acometem o nosso país”, avalia Thiciany Lopes, líder da Plataforma de Testes Rápidos.
“Além disso, foi possível conhecer um pouco do que está sendo desenvolvido ou pesquisado em relação a essas doenças, principalmente no âmbito de vacinas e testes de diagnósticos”, finaliza.
Leishmaniose
Outro grande destaque foi a apresentação da pesquisadora Ana Flávia Braz sobre a vacina de mRNA contra a leishmania, desenvolvida pela mestranda. Ana Flávia mostrou os resultados de uma pesquisa inovadora que utiliza a proteína LinKAP como alvo para combater a doença.
“Comparamos a eficácia do mRNA encapsulado em nanopartículas lipídicas com uma vacina de proteína recombinante. Testamos protocolos de imunização homólogos e heterólogos, observando que ambos induzem proteção parcial, mas o uso da proteína é essencial para uma resposta celular mais robusta”, diz, antes de concluir:
“Os resultados mostram o potencial promissor das vacinas de mRNA nessa área”.