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CTVacinas desenvolve novas vacinas contra leishmaniose e malária

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O Centro de Tecnologia em Vacinas da UFMG, o CTVacinas, apresentou dois novos imunizantes durante o CIS 24, o II Congresso de Inovação e Sustentabilidade do BH-TEC.

A VaxLeish e a Vivaxin foram apresentadas aos congressistas e são vacinas, ainda indisponíveis em todo o planeta, contra a leishmaniose e a malária vivax, respectivamente.

Desenvolvimento para a sociedade

CTVacinas participou do II Congresso de Inovação e Sustentabilidade do BH-TEC | Gustavo Andrade/BH-TEC

Com sede no Parque Tecnológico de Belo Horizonte, o CTVacinas foi uma das atrações da Vitrine BH-TEC 2024, durante o CIS 24. Trata-se de uma mostra anual de tecnologias desenvolvidas por startups e centros de pesquisa residentes.

No evento, os participantes puderam conhecer em primeira mão os novos desenvolvimentos do futuro Centro Nacional de Vacinas, cujo prédio está sendo construído também no BH-TEC.

“Participar da Vitrine foi uma excelente oportunidade para compartilhar os avanços do projeto de vacina contra a leishmaniose visceral, desenvolvido durante meu doutorado no CTVacinas”, afirma Bianca de Oliveira, pesquisadora do CTVacinas.

“Foi um espaço estratégico para compartilhar essa inovação com a sociedade e destacar o papel crucial da ciência brasileira no desenvolvimento de imunizantes”, complementa a estudiosa com pós-doutorado.

VaxLeish

VaxLeish está em fase de testes pré-clinícos | Gustavo Andrade/BH-TEC

As leishmanioses são doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania, transmitidas principalmente por mosquitos. Atualmente, não existe vacina disponível para leishmaniose humana, e o controle da doença depende da redução de vetores, segundo informações da Fiocruz.

A vacina desenvolvida pelo CTVacinas, batizada de VaxLeish, tem demonstrado resultados promissores nos estudos pré-clínicos, com capacidade imunoprotetora em camundongos e hamsters infectados, o que indica que ela pode ser uma solução eficaz contra essa infecção.

“Nossa expectativa é submeter a VaxLeish à Anvisa no próximo ano para avançarmos aos estudos clínicos em humanos. Como ainda não existem vacinas para essa doença, a VaxLeish representa um marco importante na prevenção e no tratamento da leishmaniose visceral, uma doença negligenciada que afeta milhares de pessoas no Brasil e em outros países endêmicos”, ressalta Bianca.

Vivaxin

Testes em humanos devem ser solicitados à Anvisa no próximo ano | Gustavo Andrade/BH-TEC

O segundo imunizante em desenvolvimento é a Vivaxin, que tem apresentado resultados promissores nos testes contra a malaria vivax, uma das principais formas da doença no Brasil e no mundo.

A malária é causada por parasitas do gênero Plasmodium, transmitida pela picada de mosquitos do gênero Anopheles, conhecidos como mosquito-prego.

No Brasil, três espécies do parasita afetam o ser humano: P. falciparum, P. vivax e P. malariae. Até o momento, não há vacinas disponíveis contra P. vivax, a forma mais prevalente no Brasil e em partes da Ásia e Américas.

“Estamos cada vez mais próximos de submeter à Anvisa o dossiê de desenvolvimento de uma imunizante contra essa doença. Alcançar essa próxima etapa será de enorme relevância nas áreas científicas, tecnológicas e de inovação no Brasil e para os países que sofrem com inúmeros casos de malaria vivax”, diz Ana Clara Gazzinelli, também do time de pesquisadores com pós-doutorado do CTVacinas.

Ana Clara Gazzinelli e Bianca de Oliveira, pesquisadoras do CTVacinas | Gustavo Andrade/BH-TEC

Atualmente, a Vivaxin está na fase final de testes pré-clínicos, que avaliam sua qualidade, eficácia e segurança. A expectativa é que, em breve, a vacina avance para os estudos clínicos, ou seja, os testes em humanos.

“Participar de eventos como o Vitrine BH-TEC é muito importante para divulgar para a sociedade o trabalho de excelência que tem sido desenvolvido no CTVacinas. A expectativa é que o Centro atue como um verdadeiro complexo de desenvolvimento tecnológico, fornecendo insumos e produtos para ensaios clínicos, contribuindo para a soberania e independência do país em relação aos imunizantes”, finaliza Ana Clara.

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