Um teste diagnóstico desenvolvido pelo Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG, o CTVacinas, ainda inexistente em todo o planeta, foi destaque em evento internacional realizado em Lisboa, Portugal.
Trata-se de uma tecnologia capaz de detectar simultaneamente as hepatites B e D. Atualmente, já existem testes aptos para identificar a hepatite tipo B.
Por que, então, é tão importante conseguir detectar os dois tipos simultaneamente?
“Para que a gente conheça melhor a epidemiologia da doença e para diagnosticar precocemente principalmente os pacientes com hepatite D. Quando há infecção simultânea pelos dois vírus, o prognóstico dessas pessoas é pior e o quadro clínico pode evoluir rapidamente para cirrose, câncer e uma maior letalidade da infecção”, afirma Ana Paula Fernandes.
A especialista é professora da Faculdade de Farmácia da UFMG e uma das coordenadoras do CTVacinas.
“O trabalho despertou muito interesse no World Hepatitis Summit. Construímos novas colaborações e confirmamos que trata-se de um teste diagnóstico que está elencado como uma demanda mundial – porque não existe um teste similar no mercado”, reforça Ana Paula.
O World Hepatitis Summit é promovido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e Global Alliance for Hepatites. O objetivo é eliminar as hepatites até 2030.
Quando o teste fica pronto?
A equipe de testes rápidos do CTVacinas trabalha atualmente para produzir os lotes necessários para o registro na Anvisa.
“Vamos, agora, finalizar a validação desse teste com amostras de outras regiões onde circulam os genomas dos vírus para hepatite D”, explica a professora da UFMG.
“Tivemos contato com fundações e organizações focadas em ajudar pessoas acometidas com as hepatites virais, assim como promover a eliminação dessas infecções. Além de conhecer pessoas que vivem com essas doenças e conhecer mais sobre suas experiências e dificuldades”, relata Thiciany Lopes, que apresentou o trabalho em Lisboa.
“Isso ajudou a entender melhor os desafios em torno das hepatites e a importância do nosso trabalho, de como podemos auxiliar esses grupos na missão que é a eliminação das hepatites virais”, conclui.