Série De Seminários CTVacinas Se Firmou Como O Compromisso Semanal Com A Ciência (CTVacinas/Divulgação)

Série de Seminários CTVacinas se consolida como disseminador de ciência e conhecimento

O auditório do BH-TEC recebeu, ao longo de pouco mais de dois meses, nove pesquisadores, cientistas e professores de todos os cantos do Brasil – referências nacionais e globais. Foram nove seminários ofertados gratuitamente pelo CTVacinas, com temas de grande relevância para a comunidade científica e, também, para a sociedade como um todo.

A Série de Seminários do CTVacinas é um encontro semanal com estudiosas e estudiosos em imunologia, virologia, vacinas, diagnóstico e protocolos para saúde, sempre com recortes nacional e mundial. Os encontros são realizados, normalmente, toda quarta-feira, a partir das 16h, no auditório do Parque Tecnológico de Belo Horizonte. Basta fazer uma inscrição gratuita para ver de perto – e também interagir – com as principais mentes nos temas citados.

O evento semanal foi inaugurado no primeiro dia de fevereiro, com o professor e chefe do Departamento de Microbiologia da USP, Edison Durigon, um dos líderes no combate a infecções de viroses no Brasil, inclusive na pandemia da Covid-19.

Compromisso com a ciência

A série de palestras logo atraiu a atenção da comunidade científica e acadêmica. “Eu vi no Instagram do CTVacinas: é um tema que me interessa bastante, fiquei atraído pelo tema. O professor [Edison Durigon] é uma pessoa muito experiente, eu consegui extrair bastante, gostei muito da palestra”, conta Luiz Felipe Tavares Pereira, estudante de farmácia da UFMG, logo após sair do seminário.

A explanação atraiu até gente que estuda fora de BH. “Eu trabalho com a Covid também,  fiquei sabendo que ia ter essa palestra e acho bom a gente ampliar a visão, ver coisas diferentes para pegar algumas ideias. É muito útil, muito bom! O trabalho do professor é incrível pelo que foi apresentado na palestra, só teve a acrescentar”, diz Brenda Cavalcante, aluna de mestrado da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto).

Ao longo desses mais de dois meses, a Série de Seminários CTVacinas tornou-se o compromisso de todos com a ciência, às quartas-feiras.

Veja – ou relembre – quem já passou pelo palco do auditório do BH-TEC:

Edison Durigon – Pandemias e Epidemias Virais

Edison Durigon comanda palestra inaugural da Série de Seminários CTVacinas

O e chefe do Departamento de Microbiologia da USP, Edison Durigon, foi o responsável por abrir a Série de Seminários (CTVacinas/Divulgação)

Responsável por liderar a equipe que isolou e cultivou, ainda em fevereiro de 2020, o SARS-CoV-2, o professor Edison Durigon explorou na palestra dados de pesquisas já realizadas sobre vírus diversos ao longo de quase 40 anos de carreira.

“O que eu fiz foi falar da minha experiência de 37 anos de virologia e mostrar um pouquinho do que é feito na USP, de todos os trabalhos que a gente fez, aas epidemias de vírus que a gente vem enfrentando”, resumiu o estudioso.

“Fiquei muito honrado de poder vir e inaugurar essa Série de Seminários, que tem uma importância muito grande”, exaltou Durigon.

Você pode rever a palestra completa de Edison Durigon:

João Marques – Imunidade do mosquito ao vírus da dengue

João Marques fala durante Série de Seminários CTVacinas

Professor João Marques falou sobre estudo realizado sobre vírus transmitidos por mosquitos vetores (CTVacinas/CTVacinas)

Os fatores que determinam a transmissão dos vírus da dengue, zika e chikungunya. Por que regiões com quantidade semelhante de mosquitos possuem níveis de contaminações diferentes?

Foram esses os assuntos tratados por João Marques, professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), da UFMG, no segundo encontro da série.

O especialista em interações vírus-mosquito, com foco no combate a dengue e outras arboviroses, apresentou os dados de um estudo de monitoramento global de mosquitos, realizado ao longo de cinco anos. O estudo constatou que há interferência na transmissibilidade das doenças a depender se o mosquito está infectado com os vírus PCLV e HTV.

“Identificamos diversos vírus e dois deles afetam a capacidade do mosquito de transmitir o vírus da dengue e da zika em até 10 vezes, portanto, impactam na possibilidade de haver um surto”, afirmou o também professor da Universidade de Estrasburgo, na França.

Você pode rever a palestra completa de João Marques:

Irene Soares – Uma vacina quimérica para P.vivax malaria

Irene Soares fala durante Série de Seminários CTVacinas

Irene Soares, chefe de departamento da USP, fala para auditório lotado

O desenvolvimento de uma vacina inexistente no planeta e os bastidores de sua evolução. A chefe do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, Irene Soares, trouxe em sua palestra o estudo de uma vacina contra o Plasmodium vivax, parasita causador da malária mais importante no Brasil, nas Américas e na Ásia.

A pesquisadora, além de mostrar os resultados, apontou as dificuldades para o desenvolvimento dessa vacina, assim como a de tantas outras: a transição entre a pesquisa básica e o desenvolvimento da vacina para chegar ao mercado.

A palestra da estudioso pode ser vista, na íntegra, abaixo:

Diogo Magnani – Monoclonais humanos

Diogo Magnani fala durante seminário no auditório do BH-TEC

Diretor da MassBiologics, Diogo Magnani fala durante seminário no auditório do BH-TEC (CTVacinas/Divulgação)

Tratamento de doenças infecciosas com anticorpos produzidos em laboratório: este foi o norte de uma pesquisa realizada em Massachusetts, assunto do 4º seminário do CTVacinas.

O palestrante Diogo Magnani abordou os resultados de uma pesquisa realizada pela MassBiologics – empresa, da qual ele é diretor, responsável pelo estudo. O objetivo foi identificar possibilidades de uma nova forma de prevenção e tratamento de doenças infecciosas como dengue, zika e HIV através de “monoclonais humanos”, um dos marcos proporcionados pelo avanço científico.

A pesquisa consistiu em analisar a introdução da “receita” de anticorpos potentes no organismo humano em vez de injetar o anticorpo já produzido, em forma de vacina. Durante a explanação, Diogo ressaltou que o método já era conhecido, porém, muito caro e com alguns erros. Atualmente, com o avanço da tecnologia, foi possível torná-lo mais assertivo e viável.

“Não deu para isolar um anticorpo contra todos os tipos, mas achamos um anticorpo super potente contra a dengue 3. Esse caminho não é muito usual, mas vai abrir portas para campos bem diferentes, com anticorpos: em apenas um dia, a população estará totalmente imunizada. São opções que a gente precisa aprender a usar”, afirmou Magnani durante o seminário.

Confira o recado de Diogo Magnani após a palestra:

Natália S. Hojo-Souza – Vacina de DNA contra Covid-19

Natália S. Hojo-Souza fala durante seminário CTVacinas

Pesquisadora do CTVacinas e da Fiocruz, Natália S. Hojo-Souza foi uma das palestrantes (CTVacinas/Divulgação)

Realizada no Dia Mundial da Mulher (8 de março), a palestra da Natália S. Hojo-Souza, doutora e pesquisadora do CTVacinas e da Fiocruz, foi a quinta da série. O tema foi o seguinte: a plataforma de DNA para o desenvolvimento de vacinas e os resultados de uma pesquisa publicada na revista de maior impacto mundial entre os periódicos especializados em vacinas, a NPJ-Vaccines, do grupo Springer Nature.

O artigo mostrou os resultados da pesquisa que buscou comparar as respostas dos anticorpos neutralizantes e dos linfócitos ‘T’, conhecidos como a “memória” do nosso sistema imunológico, em relação às variantes Wuhan, Delta, Gama e Ômicron.

A estudiosa e uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo detalhou os resultados das respostas imunes dos animais, após testes realizados em laboratório, e os dados de proteção contra as diferentes cepas da Covid-19. Veja mais sobre o estudo aqui.

Confira o recado de Natália S. Hojo-Souza:

Júlia Castro – Uma vacina para doença de Chagas

Júlia Castro foi uma das selecionadas para participar do Lindau Nobel Laureate Meetings (Júlia Castro/Arquivo pessoal + Julia Nimke/Lindau Nobel Laureate Meetings)

Júlia Castro foi uma das selecionadas para participar do Lindau Nobel Laureate Meetings (Júlia Castro/Arquivo pessoal + Julia Nimke/Lindau Nobel Laureate Meetings)

Os bastidores de uma vacina contra Doenças de Chagas, ainda inexistente em todo o planeta. A pesquisadora Júlia Castro, considerada uma das jovens cientistas mais qualificadas do mundo, foi a responsável pela apresentação do estudo da vacina.

O desenvolvimento do inédito imunizante está sendo realizado do zero com tecnologia brasileira e já passou por testes experimentais em camundongos e modelo canino. Júlia detalhou os resultados nesses modelos experimentais que constataram a resposta imune e proteção contra a infecção pelo Trypanosoma cruzi, o protozoário causador da Doença de Chagas.

A estudiosa doutoranda do CTVacinas e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP (Universidade de São Paulo), ressaltou que a Doença de Chagas ainda é muito negligenciada, mesmo que tenha sido descoberta há mais de um século, em 1909.

Isso porque existem dificuldades da produção de um imunizante por ser uma doença transmitida por um um protozoário e as infecções acontecerem  tipicamente em áreas tropicais, ou seja, geralmente em países menos desenvolvidos.

Veja o recado de Júlia Castro:

Gabriela Burle – Novas estratégias para vacinas

Seminário Gabriela Burle (Créditos: Divulgação/CTVacinas)

Seminário Gabriela Burle (Créditos: Divulgação/CTVacinas)

A sétima palestrante da Série de Seminários foi Gabriela Burle, líder da plataforma de Biologia Molecular do CTvacinas, responsável por abordar as novas estratégias de desenvolvimento de vacinas, como as vacinas de RNA, além das de parasitos atenuados por edição gênica.

“Uma estratégia que anos atrás teve muito destaque, que se chama CRISPR/Cas9”, afirmou a estudiosa.

A doutora também abordou as vacinas de RNA, o tipo de vacina que ficou evidente durante a pandemia. “Falei também sobre o desenvolvimento de vacina RNA para leishmaniose. Falei um pouco dos resultados que tivemos até agora, que foram muito animadores”, complementou.

Confira o recado de Gabriela Burle:

Walderez Dutra – A resposta imune do organismo humano contra a Doença de Chagas

Walderez Dutra fala durante Série de Seminários CTVacinas

Walderez Dutra também explorou Doença de Chagas (CTVacinas/Divulgação)

A professora titular do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG e vice-presidente da Associação Latino-Americana e Caribenha de Imunologia, Walderez Dutra, foi a oitava palestrante da Série de Seminários CTVacinas.

A pesquisadora apresentou os dados de uma pesquisa realizada há anos, que estuda o papel do sistema imunológico principalmente nos processos imunorregulatórios contra a Doença de Chagas.

O objetivo, segundo Walderez, é estudar formas para controlar o quadro de cardiopatia grave que a doença pode desenvolver no ser humano: apesar de ser uma doença em que a maioria dos pacientes não tem sintomatologia clínica, não tem sinais graves de nenhuma infecção, em torno de 30% dos pacientes desenvolve uma forma muito grave que pode levar à morte, a forma cardíaca.

“Agora, mais recentemente, com base nesses estudos, temos procurado formas para tentar fazer como que o indivíduo não progrida para essa forma em que a resposta imune está desbalanceada ou, se já progrediu, de tentar controlar essa resposta imune para que não desenvolva uma doença grave”, afirmou a professora.

Luiz Vicente Rizzo – Gestão de pesquisa em uma instituição não governamental

Luiz Vicente Rizzo fala durante a Série de Seminários CTVacinas

Luiz Vicente Rizzo fala sobre gestão de pesquisa (CTVacinas/Divulgação)

 

O diretor de pesquisa do Hospital Albert Einstein, Luiz Vicente Rizzo, foi o primeiro palestrante de abril. Rizzo falou sobre a experiência de liderar as pesquisas do Albert Einstein, cujo instituto possui cerca de 100 pesquisadores, quais os desafios e impactos positivos.

O estudioso tem longa trajetória: já foi professor titular da USP, secretário-geral do 13º Congresso Internacional de Imunologia, presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia e é membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo.

Em 2021, foram publicados quase 1,3 mil artigos sob a liderança de Rizzo, o que fez com que ele criasse um escritório de integridade científica. Ele abordou todos os pontos durante a palestra gratuita.

“Quando se tem gestão de pesquisa, ela deve ser para facilitar a vida do pesquisador. A cabeça do pesquisador é muito cara para que esteja ocupada em qualquer coisa que não seja pensar em coisas legais e como responder as perguntas científicas”, resumiu o estudioso.

Veja o recado de Luiz Vicente Rizzo:

E a série continua…

E a Série de Seminários CTVacinas continua a todo vapor! Já estão confirmados mais de 10 novos palestrantes, inclusive com presença de estrangeiro. O segundo seminário de abril será realizado, excepcionalmente, na quinta-feira (13), às 11h.

O tema será a vacina trivalente UFRJvac e a responsável pela explanação é justamente a coordenadora das pesquisas do imunizante, Leda Castilho, professora de Engenharia Química e Biotecnologia Farmacêutica do Programa de Engenharia Química/COPPE e do Programa de Bioquímica/IQ da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

E você já sabe: toda semana, tem compromisso marcado com a ciência!

A participação é gratuita, basta ficar de olho aqui, no nosso site, e em nossas redes sociais (Instagram e Linkedln) para retirar o seu ingresso pelo Sympla.

 

 

 

 

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