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Equipe do CTVacinas que participou do Congresso da SBI

Congresso internacional de imunologia fortalece CTVacinas e ciência nacional

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O Immuno2023 encerrou a 47ª edição com saldo entusiasmante para a ciência nacional – e, também, para o CTVacinas. Durante seis dias, Ouro Preto foi a sede da imunologia brasileira e internacional, já que o Congresso da SBI (Sociedade Brasileira de Imunologia) teve palestrantes de mais de 10 diferentes nações.

“O Congresso é muito importante porque é quando a gente expõe a nossa ciência a críticas que são, na grande maioria, críticas construtivas que ajudam a gente a melhorar o trabalho e também tem um papel de encontro, de rede, de networking com a comunidade de imunologia brasileira”, resume o coordenador do CTVacinas, Ricardo Gazzinelli, que presidiu a SBI entre 2020 e 2021.

O CTVacinas teve uma participação intensa, com mais de 15 integrantes protagonizando momentos diversos: estande fixo do centro, palestras, mesas, apresentação de pôster, apresentação oral e premiação.

Brindes no estande do CTVacinas
CTVacinas teve estande próprio no congresso (Virgínia Muniz/CTVacinas)

Palestras, mesas e mobilização

O Immuno2023, como é chamado o congresso, começou ainda no domingo (1), quando foram realizados cursos. A partir de segunda-feira (2), o CTVacinas estabeleceu um estande próprio e chamou a atenção dos palestrantes internacionais e congressistas.

“O nosso estande tem atraído muito movimento e tem sido ótimo para mostrarmos um pouco do nosso trabalho, dos nossos projetos realizados com diferentes plataformas de desenvolvimento de vacinas e, lógico, da SpiN-TEC”, afirmou Ana Clara Gazzinelli, uma das pesquisadoras do CTVacinas participantes do congresso, ainda na terça-feira (3).

Estudantes visitam estande do CTVacinas
Estudantes visitam estande do CTVacinas (Virgínia Muniz/CTVacinas)

Um movimento nas redes sociais foi realizado: congressistas tiraram fotos com frascos e adereços relativos à SpiN-TEC e marcaram a hashtag 100%NACIONAL.

Mesa

Na quarta-feira (4), Santuza Texeira, integrante do comitê gestor do CTVacinas, e Helton Santiago, diretor clínico do centro, foram dois dos palestrantes em mesa mediada por Gazzinelli.

“A gente falou um pouco sobre o ensaio clínico da SpiN-TEC, os resultados preliminares da fase 1, em que a gente mostra que é uma vacina tão segura quanto, ou mais segura, do que a vacina da AstraZeneca, que foi testada em paralelo – e também tão imunogênica quanto, ou até mais imunogênica do que essa vacina”, resume Santiago.

Helton Santiago realiza palestra durante Immuno2023
Helton Santiago falou sobre a SpiN-TEC, a primeira vacina 100% nacional (Virgínia Muniz/CTVacinas)

Santuza Teixeira, por sua vez, falou sobre os desenvolvimentos realizados pelo CTVacinas de vacina de RNA, tema de Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia deste ano.

“A gente apresentou os resultados de dois projetos: um que era construir linhagem atenuada de Trypanosoma cruzi – e que poderia ser usada como estratégia de vacina”, introduz a professora da UFMG.

“O outro projeto é que é possível, então, construir o que a gente chama de nanopartícula lipídica contendo RNA colocado no meio da nanopartícula. A gente vai usar esse protocolo para fazer vacina de RNA para Chagas, para leishmaniose e tentar também para a malária”, finaliza.

Santuza Teixeira realiza palestra durante Immuno2023
Santuza Teixeira realiza palestra durante Immuno2023 (Virgínia Muniz/CTVacinas)

Também participaram da mesa Maurício Nogueira, da FAMERP-SP (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto), que abordou o desenvolvimento pelo Butantan de vacina contra dengue; e Andrew Simpson, diretor da Orygen Biotecnologia, que detalhou adjuvante usado na geração de imunizantes, como, por exemplo, a SpiN-TEC.

Palestra de encerramento

Por fim, na sexta-feira (6), Ricardo Gazzinelli ficou com a responsabilidade de realizar a palestra de encerramento do congresso – uma tradição que cabe ao presidente da SBI da última gestão.

Ricardo Gazzinelli realiza palestra durante Immuno2023
Ricardo Gazzinelli foi o responsável pela palestra de encerramento (CTVacinas/Divulgação)

“No encerramento, falei a parte do imunometabolismo da malária. Hoje descobriu-se que o metabolismo também tem uma importância muito grande na regulação do sistema imunológico”, explica o professor.

“Quando as células são ativadas e estão funcionando, há uma mudança no metabolismo que é muito importante não só para a resistência da infecção, mas muitas vezes para causar a própria doença. É uma área que estamos investigando e com possibilidade de criar novos alvos de tratamento para a doença”, finaliza.

Ricardo Gazzinelli faz palestra de encerramento do Immuno2023
Gazzinelli foi presidente da SBI entre 2020 e 2021 (CTVacinas/Divulgação)

Apresentações

Entre terça e quinta, pesquisadores do CTVacinas foram responsáveis por apresentações de pôster e orais.

Ao todo, 15 integrantes – entre pós-doc, doutorandos e mestrandos – fizeram apresentações de pôster:

• Ana Clara Gazzinelli
• Ana Júlia Marinho
• Bianca de Oliveira
• Bruno Valiate
• Cristopher Gomes
• Gabriela Burle
• Gregório Almeida
• Júlia Castro
• Júlia Reis
• Júlia Sampaio
• Lídia Pereira
• Luna Lacerda
• Renata Salgado
• Sarah Rodrigues
• Thiciany Lopes

Do grupo, dois ainda realizaram apresentações orais. O auditório principal do Centro de Artes e Convenções da UFOP, sede do Immuno2023, foi palco para Gregório Almeida, pesquisador pós-doc do CTVacinas, apresentar o estudo que realiza há cinco anos em parceria com a Fiocruz.

Gregório Almeida faz apresentação oral no Immuno2023
Gregório Almeida fez a apresentação oral no auditório principal (CTVacinas/Divulgação)

“Avaliamos a imunidade de indivíduos assintomáticos com a malária, na região norte do Brasil, para verificar qual seria a assinatura imunológica desses indivíduos. No futuro, esse conhecimento vai poder ser usado para o melhor desenvolvimento de vacinas e de testes diagnósticos para malária assintomática, permitindo, quem sabe, o controle e até a erradicação dessa doença”, resume o estudioso.

Já os resultados promissores do desenvolvimento de uma vacina contra dengue levaram Sarah Sérgio a ser selecionada para apresentações orais no 47º Congresso da Sociedade Brasileira de Imunologia.

A inédita vacina de RNA em desenvolvimento, apresentou bons resultados de imunogenicidade e proteção contra os sorotipos 2 e 3 da doença.

“Eu apresentei parte dos meus resultados sobre a vacina de RNA, sorotipos 2 e 3, trabalhando com a proteína de envelope e a proteína não-estrutural 1 (NS1). Temos resultados muito promissores para a imunogenicidade e também temos resultados de proteção para dengue 2”, esclarece a aluna de mestrado do CTVacinas.

Premiações

No último dia de congresso, mais um reconhecimento do trabalho realizado no CTVacinas: cinco pesquisadores foram premiados pelos desenvolvimentos realizados.

“Foi um grande sucesso e nós ainda fomos premiados com 5 pôsteres dos nossos alunos e pesquisadores que receberam a menção pela qualidade do trabalho. CTVacinas também teve reconhecimento grande no congresso”, pontua Gazzinelli.

Pesquisadores do CTVacinas são premiados
Pesquisadores do CTVacinas são premiados (Virgínia Muniz/CTVacinas)

Cristopher Bryan da Silva Gomes, Nathália Pereira da Silva Leite e Sarah Rodrigues Sérgio foram premiados entre os estudantes de mestrado.

Cristopher estuda alvos potenciais para usar em teste diagnóstico de malária, ou seja, proteínas com a capacidade de serem usadas para essa finalidade.

Nathália, por sua vez, investigou o papel do Axl, um receptor de fagocitose de células apoptóticas nas respostas imunes à infecção pelo Plasmodium chabaudi (um modelo experimental de camundongo de Plasmodium), ou seja, o papel dele no malária.

Já Sarah desenvolve uma vacina de RNA contra os sorotipos 2 e 3 da dengue, imunizante ainda inexistente hoje em dia. Os resultados, até agora, são promissores.

Pesquisadores do CTVacinas seguram frasco da SpiN-TEC
Pesquisadores do CTVacinas seguram frasco da SpiN-TEC (Virgínia Muniz/CTVacinas)

Bianca de Oliveira foi premiada entre os estudantes de doutorado. O trabalho apresentado consiste em um novo alvo vacinal contra a leishmaniose visceral humana.

Por fim, Gregório Almeida foi selecionado como um dos principais trabalhos entre pesquisadores com pós-doutorado. O trabalho foi desenvolvido na Fiocruz Minas e Fiocruz Rondônia, em parceria com o CTVacinas sob a supervisão de Lis Antonelli, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz.

O grupo busca compreender os aspectos imunológicos da malária assintomática, para fomentar o desenvolvimento de novas formas de diagnóstico e vacina contra essa doença.

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