Minas Gerais registra, pela primeira vez, a circulação da subvariante BQ1.1, responsável pela nova onda de Covid-19 que se aproxima do país. A identificação dos dois primeiros casos foi realizada pelo CTVacinas, nesta sexta-feira (18/11).
As pessoas contaminadas com a subvariante da Ômicron são um homem de 26 anos e uma mulher de 24 anos, ambos oriundos de Belo Horizonte, que fizeram teste com swab nasofaríngeo entre os dias 25 de outubro e 1º de novembro.
“Realizamos o sequenciamento através da metodologia Sanger, que amplifica a região da espícula SarSARS-CoV-2, onde é a região quente, o hotspot de mutações. Assim, conseguimos identificar as variantes e subvariantes através das mutações que encontramos”, explica Alex Fiorini, pesquisador do CTVacinas e doutor em Microbiologia.
“Recomendamos, portanto, que as providências cabíveis sejam tomadas pelos órgãos estaduais e federais competentes no controle da dispersão das variantes do SARSCoV-2 em território brasileiro”, informa comunicado do CTVacinas, que integra a Rede Vírus-MCTI e da Rede Corona-Ômica BR-MCTI.
Nova onda?
Apesar da expectativa para o fim da pandemia de Covid-19, uma nova onda de casos se aproxima, conforme estudiosos afirmam e projeções confirmam. Esse aumento já é observado no país, deve ganhar força em dezembro e ter o pico em meados de janeiro.
Na Europa, no Canadá e nos EUA, o aumento já é considerável, chegando a 40%. A boa notícia é que o número de internações e óbitos não acompanha proporcionalmente. Ou seja, a vacina continua conseguindo cumprir o principal papel dela: diminuir a gravidade do vírus.
O vírus não fica parado: continua sofrendo mutação. “Não teve o surgimento de uma nova variante, mas sim uma subvariante da Ômicron, batizada de BQ1 [agora já existe a BQ1.1]. Ela consegue se disseminar entre a população imunizada ao driblar os anticorpos”, esclarece o professor da UFMG Flávio da Fonseca, integrante do comitê gestor do CTVacinas.
O que fazer?
“Aprendemos nesses dois primeiros anos a nova consciência coletiva sanitária. Primeiro: aderência completa ao regime vacinal. Quem não tomou a dose de reforço, tome. Crianças, idosos e pessoas com comorbidades devem se proteger mais”, diz Fonseca, também presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV).
“E a consciência individual: está espirrando ou tossindo e precisa sair de casa? Coloque uma máscara. Se tem alguma festa marcada, evite ir – vá na próxima”, reforça o doutor em Microbiologia.