Frasco Da SpiN-TEC

UFMG busca voluntários entre 18 e 85 anos para nova fase da SpiN-TEC, a primeira vacina 100% brasileira

A UFMG procura homens e mulheres que desejam participar de um marco na ciência brasileira. A SpiN-TEC, a primeira vacina 100% brasileira a chegar aos testes em humanos – a última etapa antes de ser liberada à população -, foi liberada pela Anvisa para mais uma bateria de testes. E agora precisa de mais voluntários!

Este último estágio, o de testes clínicos – ou seja, testes em humanos -, é composto por três fases. A primeira já foi superada pela SpiN-TEC, que mostrou-se, mais uma vez, ser segura e eficaz. Justamente por isso, a Anvisa liberou o início da fase 2, quando 360 voluntários precisam ser testados.

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“A pesquisa clínica não se faz sem os participantes de pesquisa, sem os voluntários de pesquisa. Eles são totalmente parceiros nossos. Se os voluntários não aparecerem, a pesquisa para. Então é muito importante que as pessoas que queiram contribuir com a ciência, que queiram contribuir com o desenvolvimento científico brasileiro, se voluntariem”, afirma Helton Santiago, coordenador dos testes clínicos da SpiN-TEC e diretor clínico do CTVacinas.

Para participar do recrutamento de voluntários e contribuir com esse importante desenvolvimento da ciência brasileira, você deve, apenas, atender aos seguintes critérios:

  • possuir entre 18 e 85 anos
  • ter recebido as doses iniciais de CoronaVac ou AstraZeneca; e o reforço com Pfizer ou AstraZeneca antes de maio (ou seja, há pelo menos 6 meses)
  • não ter contraído Covid-19 ou contraído a doença no máximo até maio (ou seja, há pelo menos 6 meses)
  • ter disponibilidade para participar de acompanhamentos presenciais em Belo Horizonte

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Pessoas com doenças crônicas controladas (como hipertensão, diabetes e outras) podem se inscrever – passarão por uma avaliação médica para conferir se podem ou não participar dos testes clínicos, assim como todos postulantes.

Caso você atenda a todos os critérios, faça a sua inscrição AQUI. Se preferir, pode ligar ou chamar no WhatsApp pelo número (31) 9 9972-0292 – ou, ainda, ligar no telefone (31) 3401-1152.

Novos desafios

O avanço nas análises clínicas de vacinas ganham, ao mesmo tempo, simplificação nos processos e desafios na logística. Isso porque a quantidade de voluntários aumenta a cada nova etapa.

O sucesso da fase 1 dos testes clínicos da SpiN-TEC foi oficializado pela Anvisa, cujos resultados preliminares reforçam que trata-se de uma vacina segura e imunogênica, ou seja, protege o organismo contra a Covid-19. Essas características foram comprovadas a partir de análises de 38 voluntários vacinados.

Todos os testes e acompanhamentos foram realizados na Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas da UFMG, a UPqVac. Nesta segunda etapa, com um número de voluntários cerca de 10 vezes maior, outros dois centros uniram forças para o avanço dos estudos:

  • Centro Infection Control, da Unimed
  • Centro Freire, associado ao Hospital Santa Casa

“A primeira fase é mesmo mais difícil. Apesar do número ser pequeno, é um estudo mais complexo porque é a primeira vez que a vacina está sendo testada em humanos. Exige um rigor de segurança muito maior”, conta o coordenador, também professor da UFMG.

“O estudo da segunda fase já fica mais simples, mas se torna mais complexo por causa da logística. Já na terceira fase, fica mais simples ainda, mas muito mais complexo na logística, porque é quando vai aumentando o número de participantes. Isso faz com que  aumente o número de centros, o que impõe um desafio logístico e de administração grande. O desafio agora é a administração e a logística do estudo”, explica Helton Santiago.

População empenhada

Primeiro voluntário da SpiN-TEC recebe dose da vacina
Primeiro voluntário a receber a dose da SpiN-TEC (Reprodução/TV UFMG)

Mesmo com o novo mutirão para o preenchimento do número de voluntários necessários na segunda fase do estudo, algo já está claro: o empenho da população.

A seleção de candidatos aptos a receber as doses experimentais da SpiN-TEC passa por um rigoroso processo de triagem. Os selecionados são avaliados clinica e laboratorialmente. E, mesmo com empecilhos para participar do estudo, para alguns, desistir não se tornou uma opção.

“Vimos que tem pessoas realmente muito empenhadas em participar. Algumas ligaram, fizeram o cadastro, foram chamadas no centro, mas nos exames e triagem foram barradas. Mas a pessoa não desistiu. Realizou o tratamento do que precisava estar melhor, repetiu os exames e entrou no estudo. Isso mostra um empenho muito grande dos nossos voluntários e isso deixa a gente muito feliz”, relata Helton.

Felicidade em contribuir com a ciência brasileira

O caso da voluntária Jacqueline Fiuza, 41 anos, que integra o estudo na segunda fase dos testes clínicos, é semelhante. Ela tentou participar da fase 1, mas não conseguiu por não atender a um dos critérios. Voltou a se candidatar e, agora, é uma das voluntárias da fase 2.

Qual é a motivação?

“É um prazer participar de um estudo brasileiro com um produto 100% nosso. A gente precisa disso, e conseguir participar para que outros se beneficiem também, é de extrema importância. A experiência está sendo muito bacana. Eu nunca tinha participado de nenhum estudo antes”.

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“Eu me cadastrei para a primeira fase, mas não consegui passar da parte de triagem. Tinha algumas especificações nas quais eu não enquadrava, mas na segunda fase eu encaixava. Então, fiquei muito feliz de conseguir participar dessa fase agora do estudo da SpiN-TEC”, relata Jacqueline, que já tomou a primeira dose da SpiN-TEC.

Quando começa a terceira e última fase?

O Brasil nunca tinha chegado aos testes em humanos com uma vacina 100% nacional (CTVacinas/Divulgação)

Nesta segunda etapa, a SpiN-TEC passa por comprovações de segurança – com os critérios adotados na primeira fase do estudo – e de imunogenicidade. As expectivas, segundo o coordenador dos testes clínicos da SpiN-TEC, Helton Santiago, são de que o recrutamento e vacinação dos 360 voluntários encerre em fevereiro de 2024.

“Esse é um passo fundamental para o avanço em qualquer pesquisa envolvendo os seres humanos. Então, a gente conta com os participantes porque, se não forem eles, não tem vacina e não haverá inovação no Brasil. A nossa expectativa é de que a segunda fase não passe o mês fevereiro do próximo ano”, projeta e ressalta a importância dos voluntários, Helton Santiago.

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